Associação de Municípios da Região de Setúbal – 40 Anos ao Serviço da Região

Há quarenta anos, no dia 25 de outubro de 1982, a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) nascia pela mão dos 13 concelhos que integravam o distrito de Setúbal.
A Revolução de Abril abrira caminho ao Poder Local Democrático e a um modelo de gestão do território no qual as populações passavam a ter uma voz ativa na resolução dos seus problemas.
Se os problemas eram muitos, as aspirações e vontades eram maiores. E a AMRS nasce com o objetivo de “promover estudos, elaborar e gerir planos comuns nos domínios da cultura, educação, informação, saúde, segurança social, urbanismo, defesa do meio ambiente e das infraestruturas com vista ao desenvolvimento económico, social e cultural das populações do Distrito.”
Em quatro décadas, a AMRS cresceu, ganhou vida e deu cartas em múltiplas áreas. Associados, em conjunto, os Municípios do Distrito de Setúbal marcaram o presente e o futuro do país com projetos que vão do ambiente às novas tecnologias, da gestão urbana à criação de uma rede pública de bibliotecas.
Logo na década de 1980, a AMRS teve um papel determinante na construção de uma resposta à crise que assolou o Distrito, que assistia então ao encerramento da Quimigal no Barreiro, da Lisnave em Almada.
Este foi o tempo em que a AMRS produziu o Plano Integrado de Desenvolvimento do Distrito de Setúbal (PIDDS) e acompanhou a OID – Operação Integrada de Desenvolvimento da Península de Setúbal.
Foi o tempo em que, pela primeira vez, as populações da Região foram chamadas a pronunciar-se sobre o seu futuro. A construção de uma circular da Península de Setúbal, o Metro Sul do Tejo, a terceira travessia do Tejo ou a construção de um aeroporto na Margem Sul são herdeiros diretos da visão que então se construiu.
A par destas questões, ganham importância os temas do ambiente e da qualidade de vida. Fruto de iniciativas da AMRS, nascem a LIMARSUL e, depois, a AMARSUL, bem como a SIMARSUL, dotando a Região de soluções públicas, com a participação dos municípios, de gestão de águas residuais e resíduos sólidos.
Em verdade, é graças a esse caminho que hoje a Região de Setúbal atingiu taxas de recolha e tratamento de águas residuais de mais de 90%, dando assim um dos maiores contributos para a despoluição dos estuários dos rios Tejo e Sado.
Na década de 90, a AMRS implementava o PROMAAS (Programa de Modernização Administrativa das Autarquias do Distrito de Setúbal) que, em três décadas e meia, formou milhares de trabalhadores das autarquias da Região de Setúbal e contribuiu para a modernização dos serviços municipais.
O papel decisivo que a AMRS assumiu como interlocutor regional, teve repercussão na colaboração que manteve com outros atores regionais em importantes batalhas da opinião pública como foram os casos da defesa das várias infraestruturas com impacto regional. O Plano Estratégico de Desenvolvimento da Península de Setubal - PEDEPES é o maior exemplo dessa colaboração, envolvendo municípios, empresas, representantes dos trabalhadores, dos setores económicos e outros atores sociais, permitiu a construção de um dos instrumentos mais relevantes para a nossa Região.
O projeto “Setúbal-Península Digital” abre um novo eixo de trabalho da Associação. Todo o trabalho de comunicação digital é agora estruturado e pensado de forma intermunicipal, proporcionando um avanço tecnológico que colocou as autarquias na vanguarda dos desafios contemporâneos.
O Festival Liberdade, criado em 1994 a propósito da comemoração dos 20 anos do 25 de Abril, torna-se um espaço privilegiado de trabalho com o movimento associativo juvenil, e a sua reedição, em 2014, revelou a pertinência do espaço então criado e a sua importância para os jovens da Região.
O trabalho na área da cultura, demonstrativo do entrosamento da AMRS com as estruturas da Região, é marcado logo em 1985 com o lançamento da Revista Movimento Cultural, reforçado pelo conjunto de iniciativas de reflexão realizadas ao longo de quase quatro décadas que ficou patente no Encontro Regional da Cultura, bem como pela incorporação na AMRS do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, depositário de um valioso acervo arqueológico e instituição de referência na investigação arqueológica na Península Ibérica.
Aliás, a defesa do património cultural regional pela AMRS tem múltiplos momentos de destaque, por exemplo com a aquisição e recuperação da Quinta de São Paulo, que colocou a salvo os Conventos de Alferrara.
O trabalho em torno dos acervos e das bibliotecas públicas municipais é também demonstrativo da importância da AMRS. Os Encontros de Leitura Pública, que já vão na sua décima edição, bem como a sua interação com o Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, foram peças fundamentais para o desenvolvimento e implementação de uma rede alargada de espaços de leitura ao serviço das populações.
A área da educação, como pilar estratégico do desenvolvimento regional, teve sempre um importante papel na vida da AMRS. Os Encontros sobre a Educação e o Poder Local, a publicação da Revista Educação e Ensino, a edição da Agenda do Professor, o Projeto Kid´s Guernica – Educação pela Paz, ou a Quinta Pedagógica de São Paulo, são exemplos, entre outros, do trabalho relevante da Associação.
A sua atenção e sentido de oportunidade faz com que a Associação registasse a marca Costa Azul em seu nome com o propósito de a relançar como instrumento promocional dos recursos e potencialidades dos municípios. Este é também um desafio mobilizador para o presente e para os próximos tempos.
A AMRS é hoje, pelo trabalho desenvolvido e pelos caminhos abertos, uma instituição de referência.
Hoje, mais do que nunca, a capacidade de refletir, trabalhar e construir soluções em contextos regionais é um elemento de valorização dos territórios e de capacitação das suas comunidades.
A AMRS continuará a dar o seu contributo ativo, empenhado e insubstituível para uma região mais desenvolvida.
A Região está de Parabéns!